segunda-feira, 4 de abril de 2011

O Crime da Amendoeira



Muito se fala de preservação de meio ambiente, ecologia e coisas desse tipo, como se fosse possível que nós, seres humanos, fossemos tão poderosos que pudéssemos destruir o planeta; pretensão e água benta, nunca são demais. O melhor exemplo de poder da Natureza, foi o acontecido há pouco tempo no Japão. Precisamos entender que nosso meio ambiente, são nossas cidades, nossas casas, nossos quintais; isso é o meio ambiente do ser humano, e esse, sim, nós podemos destruir (ou, pelo menos, torná-lo muito desconfortável para nós; as grandes cidades que o digam). Mas a Natureza, essa permanece. Hoje já podemos ver, de nosso computador doméstico, fotos tiradas por satélite, de toda a superfície do planeta. à medida que afastamos a foto de uma cidade, a ferida vai desaparecendo e a natureza é o que predomina.
Era uma árvore, sem dúvida centenária, imensa, provavelmente com mais de 10 metros de altura. Nos dias quentes de sol, sua sombra, generosamente, abrigava os trabalhadores de rua da região, carros, até ônibus estacionavam nela, e ainda sobrava espaço. Mas...
Dizem, e como não há prova, não posso dizer o nome do santo (na verdade não sei seu nome), mas posso contar o milagre. Me contaram que um morador da região, sorrateiro, foi visto descascando o tronco da Senhora Centenária e colocando algum produto químico no lugar. As duas fotos de cima, mostram como era a amendoeira, no verão de 2010. E olha só o que foi que sobrou, no verão de 2011.
Chocado? Agora sabe qual foi a motivação do crime? Porque a amendoeira atrapalhava a vista da casa dele para a praia. Gostou ou quer mais? Pois tem mais. Ainda dizem que todas as vezes que o homem passa por ela, dá uma paradinha para olhar sua obra. E tem mais uma, só para completar: ainda dizem que o tal resolveu se mudar.
É, até faz sentido. Acaba-se com o que “atrapalhava” a vista da praia para se conseguir preço melhor pelo imóvel. É, faz sentido.
Vamos refletir um pouco. Quantos de nós já não fizemos coisa semelhante, não necessariamente com uma amendoeira centenária? Por motivo semelhante, não necessariamente para valorizar um imóvel?

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Fé X Confiança

De repente, antes de dormir, você está tendo um daqueles diálogos consigo mesmo (só consigo mesmo???), sobre o dia, os problemas, as soluções, e o seu interlocutor responde que “você já está fazendo tudo o que pode, essa solução não depende só de você.” E você constata que é verdade; infelizmente a solução não depende só de você.
Você estudou, aprendeu, trabalhou 14 horas por dia, se esforçou, renunciou a tudo aquilo que, apesar de prazeroso, não era essencial. Você agiu de acordo com a sua consciência, e deu com os burros nágua. Você se ferrou. Todas as portas estão fechadas. Todos estão de costas para você, ou pelo menos fingem que não estão te vendo.
É, a coisa está ruim, bem ruinzinha. Aquela luz no fim do túnel, sem dúvida, é um trem; sem dúvida.
A única porta que está lá, aberta, tem a placa “Fé” escrita nela, e, no tapete de boas vindas, tem um par de pantufas para você calçar e entrar; não pode entrar sem elas, para não arranhar o chão. Mas as pantufas não são o seu número; elas, por mais que você tente, não cabem no seu pé. Eu assumo, “eu não tenho fé!”
Mas lembra? Lembra que você estava vendo cretinices de domingo à tarde na televisão, um calor carioca de assustar, e, de repente... Lembra aquela série de acontecimentos, o segundo pior do que o primeiro, o terceiro pior que o segundo, mas que aconteceram numa determinada ordem, podia-se dizer inteligente, e, por causa dessa ordem, a solução final foi bem melhor do que se podia esperar no início? Não precisa repetir o palavrão de exclamação, mas lembra o que você disse depois dele? “...é, Deus existe.”
Alguém diz a você que Ele existe, e você acredita; é a Fé, crença sem experiência. A crença com a experiência, é a Confiança; mais difícil de ser perdida; podem quantos aviões quiserem cair, mas eu continuo tendo confiança de que eles voam.